quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Mudanças climáticas e Amazônia em debate no 45º CBG

As últimas atrações do congresso de geocientistas trouxeram polêmica à pauta.

 “O gás carbônico não é o vilão, como todos dizem. Muito ao contrário: trata-se do gás da vida”. A afirmação é de Luiz Carlos Baldicero Molion o conferencista do quarto dia de programação do 45º Congresso Brasileiro de Geologia, que encerra nesta sexta-feira, di 1º, no Hangar – Centro de Convenções da Amazônia. Molion é diretor do Instituto de Ciências Atmosféricas da Universidade Federal de Alagoas e, sem dúvida, o pesquisador brasileiro que mais se destaca quando o assunto são as mudanças climáticas globais. Critica duramente a hipótese de que as mudanças climáticas podem ser causadas por influência do homem, pois acredita que são frutos de processos naturais. “Quanto mais CO2 houver no planeta “mais trabalho” para as plantas: a fotossíntese é só um dos exemplos, mas seguramente teremos mais comida; alimentaremos as pessoas e os animais com qualidade”, analisou Molion na conferência “A Geofísica das Mudanças Climáticas Globais”.

O geólogo respondeu a diversos questionamentos sobre o aquecimento global, e informou que de acordo com o ciclo da Terra, o planeta na verdade está se resfriando. “Nos últimos dez anos – e tão somente neste curto período (se comparado à idade aproximada de 4,5 bilhões de anos da Terra) – a humanidade floresceu, depois da última era glacial e nos últimos dez mil anos ocorreram, no mínimo, três períodos quentes significativos. Como é que se diz por aí que o planeta está aquecendo?! Muito ao contrário: o planeta está esfriando. Não existem evidências do aquecimento global pelo acúmulo de CO2”, disparou Molion. Segundo o pesquisador, pelos próximos 20 anos, haverá uma diminuição da atuação solar sobre o planeta terra. “Logo, a Terra está esfriando e não aquecendo. É um privilégio do nosso tempo e, por conseguinte, único”, completou.

O assunto gerou polêmica também quando Molion apresentou informações sobre o efeito estufa. “O efeito atmosférico, também conhecido como ´efeito estufa´, na teoria, é a propriedade que a atmosfera terrestre tem de absorver a radiação infravermelha. Entretanto, sinto dizer-lhes, mas o efeito estufa, como está descrito na literatura, não existe! Duzentos anos de mentiras que têm sido repetidamente repassadas, geração após geração”, disse Molion. Segundo ele, as mudanças climáticas são causadas pelo Sol.

Amazônia – A sustentabilidade da Amazônia foi foco do debate que reuniu representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na mesa-redonda “A atuação do BNDES na Amazônia”, coordenada pelo diretor do Departamento de Insumos Básicos do BNDES, Paulo Sérgio Fonseca. Um dos destaques da discussão foi a apresentação do “Fundo Amazônia”, iniciativa brasileira para o fomento de ações de sustentabilidade na Amazônia brasileira, que representa 60% do total, em que cerca de 82% ainda possui cobertura florestal. “A questão é que o desmatamento é progressivo, pois somente em trinta anos perdemos 18% das florestas”, comenta Claudia Costa,do Departamento Fundo Amazônia. Por outro lado, ela informou que em cinco anos, o conjunto de políticas públicas aliadas às ações de fiscalização e monitoramento do desmatamento, sobretudo pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), foi capaz de reduzir em torno de 75% o número de áreas desmatadas. O “Fundo Amazônia” capta recursos de doações voluntárias e investe  em apoios financeiros não-reembolsáveis. O primeiro doador foi a Noruega, com correspondente a U$S 1 bilhão até 2014. “A Alemanha será o próximo doador”, informou Claudia.

Encerramento - Para encerrar a programação, os conferencistas  irão participar  do IX Fórum Nacional de Cursos de Geologia e “Terceiro Encontro do INCT de Geociências da Amazônia (GEOCIAM), a partir das 9h10. Durante a manhã haverá ainda uma série de fóruns especiais: “Mudanças climáticas e aquecimento global”, “Mudanças climáticas na América do Sul: medidas de mitigação e adaptação”, “Dimensões Humanas do aquecimento global: contribuições do Brasil nas emissões de gases de efeito estufa”, “Evidências de sensores remotos do aquecimento global” e “Paleoclima do Quaternário e a teoria do aquecimento global”.


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