Geocientistas debatem a Amazônia

A região tem sido pauta em programação do 45º Congresso Brasileiro de Geologia, em Belém.

“A Amazônia se transforma: para o bem ou para o mal?”. Esse foi o tema da conferência magna do 45º Congresso Brasileiro de Geologia - “Desenvolvimento e Mudanças Globais: a Importância das Geociências”, que está movimentando geocientistas de diversos pontos do país e do mundo até o dia 1º de outubro, no Hangar Centro de Convenções da Amazônia. A questão foi assunto para o presidente de Honra do 45º CBG, Breno Augusto dos Santos, geólogo descobridor dos depósitos de ferro de Carajás, em 1967, e atualmente consultor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na avaliação de projetos da Vale, em Carajás. “O que agrega valor ao minério é a tecnologia, para potencializar seu uso. A Amazônia tem território, solo, subsolo, biodiversidade e 15% da água potável do mundo. Há de se pensar em instrumentos para melhor aproveitar os recursos naturais. A meu ver os maiores desafios da humanidade são ter ar para respirar, solos para plantar, ter água de qualidade para beber”, analisa o geólogo.

Breno centrou sua apresentação no contexto da região na década de 60 até os dias atuais. A escolha não se deu por acaso: 1960 marcou sua vinda para a Amazônia e começo de toda uma trajetória voltada para o desenvolvimento da região. “A exploração mineral foi o agente catalisador das explosões populacionais na Amazônia, e seus entornos, foi o alanvacador do desenvolvimento. E com o desenvolvimento vieram o gado, a miséria, a revolta, o desmatamento”, afirma. Segundo o cientista, a tecnologia é o melhor aliado da atuação mineraria, reduzindo impactos ambientais. “Temos de ter modelos com sustentabilidade econômica em todo o País, mas, sobretudo, na Amazônia”, avalia. O dia de atividades encerrou no estande da Vale, com a  apresentação da Orquestra de Violinos do Vale Música, programa social da Fundação Vale em parceria com a Fundação Amazônica de Música.

Na programação desta quarta-feira, dia 28, às 11h40, a pauta será “Pré-sal: contribuição das geociências para o desenvolvimento nacional”, na qual o conferencista será Guilherme de Oliveira Estrella, diretor de E&P da PETROBRAS. O público poderá também participar de debates em mesas redondas, que irão abordar formação de profissionais, regulação minerária e áreas de risco, a partir das 14h30. “A formação universitária em Geologia e o mercado de trabalho no Brasil”, será o tema da mesa redonda coordenada por Egberto Pereira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro; a segunda mesa-redonda, que ocorrerá paralelamente tratará do tema “Novo marco regulatório da mineração”, com Telton Elber Correa, da Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral, do Ministério de Minas e Energia (SGM/MME), e ainda “As responsabilidades da Geologia na prevenção, identificação e erradicação de Áreas de Risco”, coordenada por Joel Barbugiani Sígolo, da Universidade de São Paulo (USP). Todas as programações terão também a participação de debatedores de conceituadas organizações da área das geociências.

Lançamentos de livros

Diversos autores estão realizando lançamentos de publicações durante toda a programação da 45º CBG, no palco cultural da EXPOGEO. Nesta quarta-feira, dia 28, estão previstos os lançamentos dos livros “Rochas e histórias do patrimônio cultural do Brasil e de Minas, de Antônio Gilberto Costa, às 11h; às 18h, o lançamento será do livro “Geoquímica do Mercúrio na Bacia do Rio Tapajós: do Natural ao Antropogênico”, de Edilson da Silva Brabo (in memorian), e, por fim, às 18h15, “Medical Geology: a Regional Synthesis”
dos editores Olle Selinus, Robert B. Finkelman, José A. Centeno. No estande da CPRM na EXPOGEO também haverá lançamentos de livros às 17h, com os editores Manfredo Winge, Carlos Schobbenhaus, Celia Regina de Gouveia Souza, Antonio Carlos Sequeira Fernandes, Mylène Berbert-Born, Emanuel Teixeira de Queiróz e Diogenes de Almeida Campos, que poderão falar mais sobre a publicação “Sítios Geológicos e Paleontológicos Do Brasil - Volume II”, e às 17h30 o livro “Modelos de Depósitos de Cobre do Brasil e sua Resposta ao Intemperismo”, de Reinaldo Santana Correia de Brito, Maria da Glória da Silva e Raul Minas Kuyumjian.

Serviço:

O 45º CBG, com tema “Desenvolvimento e Mudanças Globais: a Importância das Geociências”, ocorrer até 1º de outubro de 2010, no Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia. Mais informações, e programação completa, no site oficial: http://www.45cbg.com.br/.